domingo, junho 17


15-06-07

Tenho saudades do que fui…saudades do feliz que já fui, saudades das vezes que sorri sossegadamente por estar bem, despreocupada.
Tenho saudades dos dias em que não chorava, chorar faz bem, limpa a alma (dizem). A minha está lavadinha e não me sinto melhor por isso… pelo contrário, sinto-me bem pior, bem pior. Mais deprimida, receosa do futuro desconhecido...amedrontada com o beco sem saída que se tornaram os meus dias. A triste sensação de não estar a conseguir nada.
E ninguém entende, tenho que sorri, não posso estar no meu silêncio reconfortante só porque tenho que estar presente, mesmo sem força, mesmo sem nada de novo.
Por tudo isto quero apenas um ombro para me encostar, daqueles que não julgam, que não fazem perguntas, que não pedem nada nestes momentos nem fingem que entendem…
Apenas e tão só um ombro amigo…

16-06-07

Pela primeira vez em muito tempo senti a cumplicidade do silêncio que há muito queria experimentar, Um tempo só para mim, só meu. A experiência? Boa…
Sentei-me e ouvi a chuva…apenas a chuva e senti o meu momento.
A manutenção da minha perfeita saúde mental assim o exige e o agradece, mesmo arrancado a ferros e como muita coisa má por detrás…Pouca gente o aceita e entende…o que há para entender quando uma pessoa diz sentir necessidade de ter momentos para si? Certamente eu própria acharia estranho, não nego, mas aceitaria sem esbatuchar…
Mas também me senti meio perdida por ter tanto tempo e não saber o que fazer com ele, provavelmente porque há muito tempo que o meu tempo também é todo dos outros.
Sou, sou egoísta, mas tenho necessidade de manter o meu espaço intacto, é como se fosse um pedaço da minha essência que nunca fui obrigada a partilhar, nunca ninguém mo pediu.

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