segunda-feira, junho 18



A dor que minha alma sente
Não a soube toda a gente

Ande no peito escondida
Ua dor tão desusada,
De mim só seja chorada,
Não seja d’outrem sentida,
Ou me mate, ou me dê vida
Ou viva triste, ou contente,
Não se confie da gente

Tenho feito juramento
(Porqu’assi o quis Amor)
De sempre como avarento,
Guardar em mim minha dor
Por me tratar pior,
Se disto o contrário sente,
Não a saiba toda a gente.
Diogo Bernardes (1530/1596)

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