A dor que minha alma sente
Não a soube toda a gente
Ande no peito escondida
Ua dor tão desusada,
De mim só seja chorada,
Não seja d’outrem sentida,
Ou me mate, ou me dê vida
Ou viva triste, ou contente,
Não se confie da gente
Tenho feito juramento
(Porqu’assi o quis Amor)
De sempre como avarento,
Guardar em mim minha dor
Por me tratar pior,
Se disto o contrário sente,
Não a saiba toda a gente.
Diogo Bernardes (1530/1596)
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